14/11/2008
JURIDIQUÊS

            O povo tem medo da Justiça. O povo tem medo do palavreado usado por advogados, juízes e promotores. O povo tem medo da suntuosidade e do linguajar utulizado nas audiências e atos judiciais. Pois não é que a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), através da EDIOURO, lançou um livro/cartilha para ensinar o povo a não ter medo da Justiça? O livro se chama O JUDICIÁRIO AO ALCANCE DE TODOS – Noções Básicas de Juridiquês e está integrado na Campanha Nacional pela Simplificação da Linguagem Jurídica.

Franklin Martins, o prefaciaor da obra, afirma que certa vez, num debate entre magistrados e jornalistas, foi surpreen­dido pela afirmação de um experiente juiz: "Costumo dormir na pontaria dos processos". Não se gabava. Tampouco pretendia es­candalizar. Apenas constatava o que lhe parecia óbvio: precisava de tempo, muito tempo, para firmar uma convicção e proferir a sentença. E não era porque as outras pessoas estavam com pressa que ele iria se apressar. Naquele instante, dei-me conta de que, embora vivam na mesma época e na mesma sociedade, jornalistas e juizes pertencem a mundos até certo ponto diferentes. E por uma razão muito simples: nossas noções de tempo são distintas, talvez conflitantes. Uns são rápidos no gatilho e há muito abriram mão da perfeição - melhor o repórter ter uma notícia com lacunas no fim do dia do que o leitor não ter notícia alguma na ma­nhã seguinte. Outros dormem na pontaria e, se não almejam a perfeição, querem ao menos alcançar suas fronteiras - melhor a sentença que tarda, mas é definitiva, do que aquela que sai logo, mas não se sustenta.

 

O prefaciador afirma, ainda, que “reconhecer que somos diferentes é crucial. Daí a importância des­se livreto. Que ele ajude os jornalistas a compreender como funcionam o Judiciário e os juizes. Seria ótimo se ele fosse seguido de sua contra-parte: um livreto sobre a imprensa e os jornalistas, escrito especialmente para os magistrados”.

 

            O livro é assaz interessante. Trata de O judiciário e a mídia,                 da barbárie À constituição federal de 1988, enfocando temas que vêm desde a Idade da Pedra até a Carta Federal em vigor. Na Seção O QUE É, O QUE É? Procura mostrar o Organograma e os papéis e as atribuições das Justiças e dos Tribunais Superiores), do Supremo Tribunal Federal até as Juntas Eleitorais e Juizados Especiais. Já, quando enfoca parece, mas não É, o livro afirma que existem alguns órgãos que parecem pertencer ao judiciário e costumam ser tratados como tal, mas não são, a exemplo do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos Cartórios. DOSSIÊ (Sobre recursos, procedimentos e cartórios extrajudiciais), é um verdadeiro passeio pelo mundo dos procedimentos penais, trabalhistas e civis, sobre cartórios extrajudiciais, juizados e as várias espécies de recursos. O livro trata, ainda da reforma do judiciário, de juridiquês em (bom) português,

expressões latinas e expressões jurídicas. aponta serviços (telefones, links de sites jurídicos etc.).

               

                Está de parabéns a AMB, através do seu Presidente, Rodrigo Colaço e também a EDIOURO, que topou a empreitada.

 

 

Autor:   Fernando Vasconcelos

Ver todos os artigos




© 2024. Todos os Direitos Reservados. AMPB - Associação dos Magistrados da Paraíba

Av. João Machado, Nº 553, Centro, Empresarial Plaza Center, 3º andar, Sala 307, João Pessoa - PB, CEP: 58013-520.
Fone/Fax: (83) 3513-2001
Jornalista Responsável: Jaqueline Medeiros - DRT-PB 1253