10/05/2019
AMPB se reúne com imprensa para debater situação do Judiciário na PB
A Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB) realizou, nesta quinta-feira (9 de maio), um café da manhã com jornalistas no auditório da sua sede administrativa, em João Pessoa. Na oportunidade, a presidente da Entidade, juíza Maria Aparecida Sarmento Gadelha, e o 1º vice-presidente, juiz Max Nunes de França, conversaram com os presentes sobre o trabalho da Associação e os pleitos da categoria.
Foram apresentaram dados colhidos com magistrados durante as visitas realizadas pela AMPB às comarcas do Estado. Falta de estrutura física adequada, ausência de segurança, dificuldades de acesso à internet e quantidade insuficiente de força de trabalho estão entre as principais queixas dos juízes.
Segundo Max Nunes, é preciso entender a realidade do Judiciário para poder criticar. "A população precisa observar o dia-a-dia do juiz para ver que a maioria deles trabalha em uma estrutura precária, por isso dar conta da demanda é mais complicado. A maior parte dos Fóruns está com graves problemas estruturais, além disso, falta mão de obra".
Max lembrou ainda que é preciso identificar os problemas para cobrar dos órgãos competentes a mudança dessa realidade. "A população conhecendo a real situação das comarcas pode nos apoiar a exigir mudanças, já que ela é a principal interessada na melhora da prestação do serviço".
Maria Aparecida destacou que o Tribunal de Justiça da Paraíba precisa avançar no redimensionamento dos recursos para o 1º e o 2º graus. "Hoje são destinados mais recursos para o 2º grau de jurisdição, enquanto que o 1º Grau precisa de mais investimentos. Além disso, o TJPB precisa avaliar sua estrutura de funcionamento, conhecer as necessidades de seus juízes e suas comarcas. Precisamos otimizar os recursos. Pedimos que o tribunal trabalhe em cima de dados".
Situação geral do Judiciário na PB:
- 28 comarcas sem assessor de juiz;
- 72 cidades atingidas pela falta de magistrados;
- Déficit de 48 juízes;
- Déficit de cerca de 800 servidores;
- TJPB com 19 desembargadores com nove assessores de alta remuneração (cerca de 10 mil reais);
- 254 juízes no 1º grau com um ou dois assessores com remuneração de cerca de 2 mil.
PRINCIPAIS QUEIXAS RELATADAS POR JUÍZES NAS COMARCAS:
Patos: problemas com infraestrutura e falta de segurança
Sousa: problemas estruturais e burocráticos
Cajazeiras: dificuldade em substituição de juízes
Monteiro: insuficiência de recursos humanos, internet precária, falta de segurança e assessores
Aroeiras: falta de estrutura física e segurança
Queimadas: acúmulo de processos, quantidade insuficiente de assessores
Gurinhém: relato de compra de material de expediente feita pelo próprio magistrado
Itabaiana: número insuficiente de servidores
Ingá: problemas estruturais no Fórum
Guarabira: restruturação das unidades judiciárias, readequação do segundo grau ao primeiro e falta
de segurança
Sapé: Número insuficiente de servidores no cartório
Pocinhos: falta de segurança, internet precária e atraso na digitalização de processos
Picuí: possui apenas um servidor para seis mil processos
Cuité: falta de manutenção da unidade e de assessores de juiz
Cabedelo: falta de segurança no Fórum
Siga a AMPB nas redes sociais:
Instagram: @ampb_magistradospb
Facebook: @magistradospb
Twitter: @ampb_magistrado
Youtube: AMPB no Youtube
Mais Notícias
24/04/2024
Conquista para a magistratura: Pleno aprova criação de 7 novas vagas de desembargadores no TJPB
- Anterior
- 01 de 2015
- Próxima