26/11/2003

Determinações do Tribunal de Contas da União e Ministério Público não foram acatadas pelo TRE e funcionários irregulares continuam em cargos de confiança O Sindicato dos Servidores da Justiça Federal (Sinduf) informou ontem que o seu setor jurídico está analisando a possibilidade de entrar com uma ação específica (agravo de instrumento) para derrubar as liminares que estão mantendo servidores irregulares em cargos comissionados no Tribunal Regional Elei-toral (TRE) da Paraíba. O diretor administrativo do Sinduf, Expedito Teófilo Júnior explicou que 150 funcionários estão se mantendo nas funções pela força de liminares concedidas por juízes do próprio Tribunal. No entendimento do sindicalista, os membros da Corte Eleitoral não poderiam ter julgado os mandados de segurança impetrados por aqueles que ocupam, ilegalmente, cargos comissionados no Tribunal. "Um dos princípios da constitucionalidade que rege a magistratura é a imparcialidade", lembrou Teófilo. Na sua opinião, aquele juiz que tem parente no Tribunal e tem interesse no assunto deve alegar suspeição no julgamento da causa. Expedido Teófilo explicou que o agravo de instrumento será impetrado em conjunto com Ministério Público Federal. "Nós vamos acompanhar o MPF em todas as ações que forem movidas contra o nepotismo no TRE paraibano", acrescentou. A Procura-doria da República já determinou ao TRE da Paraíba a devolução dos servidores irregulares, no entanto, apenas 62 dos que ocupavam cargos comissionados há mais de um ano na instituição foram exonerados. Expedito observou que até agora só foram devolvidos aqueles funcionários que não têm padrinhos ou pessoas influentes para interceder por eles. O diretor administrativo enfatizou que o mais grave disso tudo é que esses servidores não têm vínculo com a administração pública e foram mantidos nos cargos sob o argumento de que sofreriam prejuízos financeiros ao serem demitidos das funções. Ele observou que não existe amparo na lei para a manutenção desses servidores e que não foi cogitado os danos que a União irá sofrer ao mantê-los nos cargos comissionados. "Essas decisões desobedecem a Lei", concluiu Teófilo. Juízes eleitorais concederam liminares A grande maioria dos servidores do TRE, que continuam nos cargos comissionados, contestados pelo MPF e TCU, entraram com mandados de segurança e conseguiram se manter nas funções por meio de liminares concedidas pelos juizes eleitorais do próprio Tribunal. É o caso de Yasnaya Poliana Leite Fontes, que ocupa o cargo comissionado de coordenadora de eleições. Poliana Leite ingressou com mandado de segurança e continua mantida no cargo, através de liminar, concedida pelo juiz relator, Carlos Sarmento, que causou efeito suspensivo a decisão tomada pela Presidência do TRE da Paraíba. Outro caso é o de André Araújo Cavalcanti que ocupa o cargo comissionado, como secretário de Recursos Humanos do Tribunal. Ele também entrou com mandado de segurança e conseguiu sua manutenção na função por meio de liminar, concedida pela juíza relatora Helena Delgado Fialho Moreira. Em seu entendimento, a juíza argumenta que a exoneração do servidor vai causar prejuízos financeiros ao impetrante, como ao próprio serviço público, pois, o servidor em questão administra há quase três anos a Secretaria de Recursos Humanos e concede suspensão do afastamento.
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Assessora de Imprensa - Jaqueline Medeiros

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