Jornal do Brasil



BRASÍLIA - Os poderes Executivo e Legislativo estão
acertando uma forma de atuação conjunta para apressar
a reforma do Judiciário. A ''ponte'' com a Câmara e o
Senado começou a ser montada ontem pelo ministro da
Justiça, Márcio Thomaz Bastos, durante reunião com o
presidente do PT, José Genoino. A intenção do governo
é votar ainda este ano pontos polêmicos, exemplo do
controle do Judiciário, antes mesmo do fim das
votações das reformas tributária e da Previdência.
O ministro Bastos vai trabalhar como uma espécie de
coordenador da reforma, negociando com o Congresso os
pontos de interesse do governo. Na semana que vem,
deve ser realizada uma reunião com parlamentares do
PT. Genoino quer procurar os líderes de partidos
governistas, na Câmara e no Senado, para definir
pontos de consenso, que sejam votados rapidamente.



Thomaz Bastos não acredita em resistência do
Judiciário às mudanças. O ministro jura que a Operação
Anaconda, da PF - que constatou a ligação de juízes
com a venda de sentenças judiciais para o crime
organizado em São Paulo - não tem relação com a
reforma do Judiciário. Após a conversa com Bastos, o
presidente do PT saiu afirmando o oposto:



- Esta operação evidencia a necessidade de uma reforma
do Judiciário - observou Genoino.



Moderado, Thomaz Bastos voltou a sugerir mudanças
discutidas com os integrantes do Judiciário. Mais
ousado, Genoino afirma não existir ''poder intocável''
no país.



- O Parlamento sangrou na própria carne com as
cassações. O Judiciário tem de cortar na própria carne
também - opinou o presidente do PT. (H.M.)




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Assessora de Imprensa - Jaqueline Medeiros