EXCLUSIVO - Atingindo pelo ex-governador José Maranhão ao decidir pelo desarquivamento do pedido de
empréstimo da Cagepa na Assembleia Legislativa, o desembargador Genésio Gomes preferiu ignorar as críticas. Em entrevista exclusiva ao blog, o desembargador, que tem mais de 35 anos na magistratura, declarou que o ex-governador “avançou nas suas observações”, mas que não iria tomar providência alguma contra ele.
“Não há motivo pra isso. Foram alegações superficiais. E que se o ex-governador for raciocinar ele não as faria novamente”, disse o desembargador. Na imprensa. Maranhão questionou a interferência do Judiciário nas decisões da Assembleia e chegou a dizer que Genésio decidiu pelo desarquivamento apenas para agradar ao governador Ricardo Coutinho.
Ao blog, o desembargador voltou a defender sua posição no caso. “Acatei em parte a liminar para que o processo fosse desarquivado a fim de que, até o julgamento do mérito, as partes pudessem ter
acesso e fundamentassem suas posições. Foi um procedimento processual. Não há ainda decisão contra A ou contra B”, declarou.
Ele disse que não vai pedir sequer nota de repúdio ou de solidariedade por parte da Associação dos Magistrados da Paraíba. “Não é preciso”, completou.
Desembargador nega mal estar com Fátima Bezerra
Quanto ao fato de Maranhão ser esposa da desembargadora Fátima Bezerra,
colega de Pleno de Genésio Gomes, o desembargador declarou que não ficará mal estar algum.
Com posição menos flexível, o novo presidente da AMPB, Horácio Melo, disse que aguarda posição do desembargador Genésio Gomes para emissão de uma nota em favor do magistrado e contra as declarações do ex-governador Maranhão.
Ele disse que qualquer cidadão tem o direito de contestar as decisões judiciais, mas sem precisar pôr em suspeita a dignidade e a honradez do magistrado.
“O Estado Democrático de Direito supõe o respeito e a preservação da dignidade dos homens e das instituições e a Associação vai fazer o que for possível para preservar a
imagem de um home distinto como o desembargador Genésio Gomes, que tem mais de 35 anos de carreira a serviço do Judiciário paraibano”, declarou.
Segundo ele, até advogados serão disponibilizados para Genésio Gomes.
Que, como sabemos, não vai querer usá-los. Ao menos, agora.