Tribunais de Justiça vão promover ampla divulgação da campanha contra violência infantil como medida para tentar coibir os altos índices de agressões e mortes violentas sofridas por crianças e adolescentes. A iniciativa aprovada por unanimidade, na terça-feira (5 de outubro), durante a 339ª Sessão Ordinária, faz parte de recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), relatada pela conselheira Tânia Regina Silva Reckziegel. A medida foi motivada por pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) com o objetivo de informar aos usuários do Sistema de Justiça os canais de comunicação para proteção de crianças e de adolescentes.
A solicitação da AMB surgiu diante da campanha desenvolvida pela Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) e se tornou objeto do Processo nº (0004732-19.2021.2.00.0000) apreciado e aprovado pelo Plenário do CNJ, que resolveu:
(…) Art. 1o Recomendar aos tribunais de justiça de todo o país que divulguem, em suas páginas oficiais, a campanha contra violência infantil, com a finalidade de informar aos usuários do sistema de justiça os canais de comunicação para proteção de crianças e de adolescentes.
Art. 2º Recomenda-se constar dos mandados judiciais a informação de que é um dever de todos, sem exceção, proteger crianças e adolescentes contra a violência infantil, disponibilizando no documento oficial os meios de comunicação para efetivação da denúncia.
No voto, a conselheira relatora Tânia Regina Reckziegel, destacou dados fornecidos pelo Fórum Nacional da Infância e da Juventude (FONINJ), órgão encarregado de sugerir medidas de coordenação, elaboração e execução de políticas públicas no âmbito do Poder Judiciário para aprimoramento da prestação dos serviços do Judiciário na área da infância e juventude.
Entre as informações, o fato de que a violência contra menores de 18 anos tem se alastrado no país e, com a situação de pandemia, aumentou expressivamente. De acordo com o 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2020, pelo menos, 267 crianças (0 a 11 anos) e 5.855 (12 a 19 anos) foram vítimas de mortes violentas intencionais. Em comparação ao ano anterior, houve aumento de 3,6% dos casos.
Diante de outros levantamentos, “fundamentação nos dá o panorama da importância do quanto uma medida, a priori, simples, poderá contribuir para a preservação da integridade moral, física e até mesmo da vida de crianças e de adolescentes, enfatizou a relatora, no voto.
A campanha contra a Violência Infantil da AMAERJ começou em abril deste ano. O objetivo é mostrar à sociedade que as crianças, independentemente da situação social, precisam receber dos adultos amor, atenção, carinho, educação e, sobretudo, tratamento humano e digno.
Caracteriza-se pela publicação em redes sociais de cartões digitais que trazem a fotografia em preto e branco de pessoas que aderiram à iniciativa. Elas mostram as mãos espalmadas e tingidas artificialmente de azul – uma referência à morte de Henry Borel Medeiros, ocorrida no Rio em março, em virtude de agressões.
Desde abril, já são centenas de postagens em sites, boletins e redes sociais de magistrados, promotores, procuradores, advogados, serventuários, psicólogos, assistentes sociais, cientistas, médicos, esportistas, professores universitários, biólogos e historiadores, entre outros profissionais, além de entidades.
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